Sintomas de longa duração chamam a atenção de médicos e pesquisadores

 

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Quase 80 milhões de pessoas se recuperaram da Covid-19 em todo o mundo desde o início da pandemia, e cerca de 12 milhões delas vivem no Brasil. À medida que os pacientes vencem a doença, sintomas de longa duração chamam a atenção de médicos e pesquisadores, motivando o debate sobre uma síndrome pós-Covid, tema recentemente abordado em audiência pública da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) e em evento da Academia Nacional de Medicina.

Doutor em Medicina e Saúde Pública, coordenador do Núcleo de Pesquisa e Educação Médica da Santa Casa de Feira de Santana e pós-doutor pelo Johns Hopkins Hospital (USA), o cardiologista André Almeida não tem dúvidas sobre a caracterização da síndrome. Um dos convidados da audiência realizada na Alba, ele considera que a diversidade de órgãos afetados e de sintomas apresentados pelos recuperados da Covid-19 deixam isso claro.

"Foram observadas alterações fibróticas (cicatrizes) nos pulmões no acompanhamento de sobreviventes da Covid-19. A duração do estado hiperinflamatório induzido pelo vírus Sars-CoV-2 é desconhecida. Eventos tromboembólicos são notados em cerca de 5% das pessoas que estão na fase pós-aguda da Covid. Ansiedade, depressão, distúrbios do sono e distúrbio pós-traumático ocorrem em 30% a 40% dos sobreviventes da Covid-19", elenca.

Almeida acrescenta ainda os relatos de anormalidades neuropsiquiátricas, como fadiga, dor muscular e deficiência cognitiva, além de alterações no funcionamento dos rins, sequelas endócrinas com agravamento de diabetes, tireoidite subaguda e desmineralização óssea, e alterações do microbioma intestinal. "A queda de cabelo é um achado predominante e foi relatada em aproximadamente 20% dos sobreviventes da Covid-19", complementa.

Fonte: A Tarde

Foto: Felipe Iruatã / Ag. A Tarde