18 anos de uma operação que sempre ficará marcada na memória - Uma homenagem da ANSEF-Salvador

 

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Essa é uma homenagem da ANSEF-Salvador. Foi nesse mesmo 25 de setembro, mas no ano de 2003, que uma operação marcante tirou a vida de nosso companheiro APF Klaus Henrique Teixeira que, a bordo de um helicóptero da PF, atirava nos assaltantes com uma metralhadora. 

Natural de Coronel Fabriciano-MG, desde jovem, o cidadão Klaus Henrique Teixeira de Andrade, nutria uma grande vontade de ingressar na Polícia Federal. No ano de 1999, esse sonho se torna realidade após passar no concurso para agente federal. Depois de quase cinco meses de treinamento, no curso de formação profissional, o policial foi designado para trabalhar em Porto Velho-RO. Contudo, sonhava mais alto. Desde que entrou na PF ele queria pertencer aos quadros da Coordenação de Aviação Operacional-CAOP, na função de Operador Aerotático. No ano de 2002, foi aberto o edital para o IV Curso de Operações Aerotáticas, no qual o Klaus se inscreveu. Vale lembrar que, mesmo a CAOP ter sido criada em 1996, com o nome de DAOP (Divisão de Aviação Operacional) o primeiro curso Aerotático somente foi realizado em 1999.

Infelizmente ele foi atingido com um fuzil AR-15 e outros colegas ficaram feridos: Henrique Silveira, Adilton Aziz e Orlando Tolentino Júnior. Era uma quinta-feira quando um assalto movimentou a agência do Banco do Brasil do município de Pilão Arcado, no Norte da Bahia. Quando deixaram o banco, os bandidos foram cercados por trinta agentes da PF e 12 PMs. Houve intenso tiroteio entre os 15 integrantes da quadrilha e policiais federais, militares e civis. Armados com fuzis AR-15, metralhadoras e pistolas automáticas, os bandidos entraram na agência atirando, estilhaçando as vidraças.

Fonte: Aeroin.net

A quadrilha era liderada pela família Araquan que dominava a produção e o tráfico de maconha na fronteira entre a Bahia e Pernambuco. Ela vinha sendo investigada há algum tempo pela Polícia Federal com apoio das polícias Civil e Militar dos dois estados. 2 assaltantes morreram no confronto e outros 13 assaltantes conseguiram fugir em uma caminhonete levando quatro reféns que foram libertados depois sem ferimentos. Em seguida 100 policiais participaram da perseguição e na região de Morro do Sarango houve confronto e um dos fugitivos não identificado foi morto.

Essa operação nos deu um grande aprendizado, infelizmente de uma forma difícil que custou a vida do colega Klaus Henrique, então com 27 anos de idade. O luto permanece até hoje e as memórias não saem de nossas mentes.

Presente na operação e hoje aposentado, Adilton Aziz ainda lembra do que ocorreu há quase duas décadas em Pilão Arcado. “Como esquecer de um dia ímpar na vida de aqueles que participaram da operação na cidade, no norte bahiano, Pilão Arcado. O ‘Big Brother’ mais intenso e mais inesquecível da vida dos participantes, para mim naturalmente, por ser cristão evangélico, incomparável com o dia de 19 anos atrás, que aceitei a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da minha vida. Estávamos todos na expectativa da chegada dos aracuãns, criminosos e impiedosos. Eu que participei como testemunha ocular dos fatos ali ocorridos. Troquei tiros com os criminosos, sozinho, por cerca de 10 minutos, onde no início do combate fui ferido na coxa esquerda, esfacelado o fêmur, por um tiro de fuzil por parte de um dos criminosos. Indivíduo esse, que já tinha sido preso por nós, em trabalho conjunto com a delegacia de Juazeiro no ano 2002”.

Com a memória intacta, Azziz continua. “Apesar de eu estar deitado no chão, não me acovardei. Coloquei a perna esquerda por cima da direita e atirando contra o indivíduo, rolei buscando proteção. Confiante continuei até que chegou nossa aeronave, na qual nosso colega Klaus foi abatido. Eu só pude dar suporte para o helicóptero atirando continuamente em direção aos assaltantes. Fomos todos socorridos para o hospital. Morri mais vivi Graças ao meu bom Deus e seu Filho Jesus Cristo. Fui operado e depois me submeti a mais três cirurgias e três transfusões de sangue, quando fui transferido para o Hospital Espanhol em Salvador”, explicou.

Outro guerreiro que entrou em confronto com os assaltantes em 2003 foi Orlando Tolentino Júnior, também aposentado. As memórias são vivas em sua mente. “Com muita satisfação que nesse dia a gente comemora 18 anos da operação que infelizmente tivemos baixa do amigo, colega Klaus. A Polícia Federal, com a ajuda significativa da coirmã Polícia Militar da Bahia, desarticulou uma das maiores quadrilhas de assalto a banco. Eu me recuperei, mas contei com a ajuda da minha família, com a colaboração da Superintendência Regional da PF na Bahia, dos colegas da Delegacia de Juazeiro, onde fui submetido a mais de 10 cirurgias. Hoje estou aposentado, mas só o milagre de estar vivo é gratificante. Contei ainda com a participação decisiva do colega Albernei, do policial Galindo e dos amigos Pacheco e Enrico Terêncio”, destacou.

São quase duas décadas do ocorrido que ainda permanece claro em nossas recordações. A perda do companheiro APF Klaus representou um choque em todos nós. Tentamos superar o ocorrido a cada ano com a firme convicção de que não volte a acontecer. Estamos buscando nos preparar ainda mais e aprendemos da forma mais difícil.

“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia.” - 2 Timóteo 4:7-8.